
O Mundo misterioso
Caso do Gef(Jeff)
Já imaginaste tu ouvires uma voz falar contigo durante anos e essa voz dizer que é um mangusto nascido em 1852 na Índia? Conhece o caso bizarro de Gef, o Mangusto Falante...
Em 1931, a família Irving viviam em sua chácara chamada Cashen´s Gap, na Ilha de Man, localizada no Mar da Irlanda e pertencente a Grã-Bretanha. Em um dia de setembro daquele ano, um tipo de rosnado, como o de um animal selvagem, provinha do forro da casa. Esses ruídos mais tarde evoluíram para algo similar à balbucias de um bebê quando aprende a falar. Pouco depois, a criatura começou a se comunicar diretamente em um fluente inglês.
Para a chocada família, que consistia de James, o pai; Margaret, a mãe; e Voirrey, sua filha adolescente; a criatura se apresentou como Gef (Jeff), um mangusto nascido em 7 de junho de 1852, em Nova Deli, na Índia.
Fazia questão de permanecer oculto à vista de toda a família Irving, mas Voirrey quem tinha 13 anos naquele momento, tinha um contato mais próximo com Gef. Sua descrição não condiz com a de um mangusto, embora sim com a de algum tipo de mamífero similar.
Gef parecia viver entre as paredes da casa ou no jardim. Era amigável, ainda que temperamental e exagerasse a capacidade de seus poderes e se tornou mais um membro da família. Além de falar perfeitamente, cantava canções de ninar e algumas outras tradicionais, inclusive saberia um pouco de outros idiomas.

Local onde Gef apareceu

Casa na Ilha de Man onde Gef apareceu
Qual seria a origem de Gef?
Em 1912, um fazendeiro levou mangustos da Índia à Ilha de Man, para acabar com os coelhos e ao que parece, uma tradição indiana diz que os mangustos são animais extremamente inteligentes, capazes de aprender a falar se são ensinados corretamente. Seria então Gef, um mangusto com um cérebro similar ao humano e com a capacidade de falar?

Foto de Gef, o mangusto falante
Gef era Companheiro!
Gef costumava fazer piadas, inclusive uma vez fingiu estar envenenado, o que desagradou à família. Em outra ocasião, ele mesmo foi quem se assustou quando o senhor Irving se disfarçou de fantasma com um lençol, mas depois respirou aliviado e riu quando descobriu a farsa.
Também costumava percorrer as propriedades vizinhas e trazer fofocas detalhadas aos Irving, como por exemplo, a chegada de convidados ou o que qualquer cão desconhecido fazia. Os Irvings afirmaram que Gef também acordava as pessoas quando dormiam demais e sempre que os ratos entravam na casa, Gef assumia o papel de gato, embora preferisse assustá-los, em vez de matá-los.
Os Irvings dizem que deram biscoitos, chocolates e bananas a Gef e os alimentos eram deixados em um pires suspenso no teto que ele pegava quando pensava que ninguém estava olhando. Os Irvings afirmaram que o mangusto regularmente acompanhava eles em suas idas ao mercado, mas sempre ficava do outro lado das cercas, conversando sem parar.

Foto de Gef em uma cerca.
Começam as Investigações
Logo o caso chegou aos ouvidos da imprensa britânica como Richard S. Lambert, editor do The Listener e de pesquisadores de fenômenos paranormais, entre eles o famoso "caça-fantasmas" inglês Harry Price, quem não pôde visitar a ilha pessoalmente para pesquisar, mas enviou um colaborador.
A história do Gef se tornou popular através do tabloide Press, e muitos jornalistas se reuniram na Ilha para tentar ter um dislumbre da criatura. Várias outras pessoas afirmaram ter ouvido a voz de Gef, e dois alegaram tê-lo visto.
No entanto, Lamentavelmente, nenhum deles obteve provas conclusivas da existência de Gef. No máximo obtiveram impressões de pegadas, que bem poderiam ser de qualquer animal, manchas nas paredes e alguns pelos similares aos de Mona (o cão dos Irving).
Price pediu a Reginald Pocock do Museu de História Natural de Londres, para avaliar as impressões de pegadas supostamente feitas por Gef em Plasticina, juntamente com uma impressão de suas supostas marcas de dentes. Pocock não conseguiu combiná-las com qualquer animal conhecido, embora ele tenha admitido que uma das marcas de dentes poderia ter sido "feita por um cão" e ainda, Reginald Pocock frisou que nenhuma das marcações foram feitas por um mangusto.
Fora isso, restam os diários de James Irving, juntamente com os relatórios sobre o caso que estão nos arquivos de Harry Price na Casa da Biblioteca do Senado na Universidade de Londres.

Moldes das patas de Gef

Harry Price o "caça-fantasmas"
O que realmente Gef seria?
A respeito de sua natureza, Gef sucessivamente dizia de um modo um tanto contraditório, que era um poltergeist, um espírito da terra, uma aberração (freak), um mangusto muito astuto e um fantasma com forma de doninha. "Eu sou uma aberração. Eu tenho mãos e pés, e se você me visse, você desmaiaria, você ficaria petrificado, mumificado, transformado em pedra ou em uma estátua de sal!" teria dito.
Sobre sua existência algumas hipóteses foram levantadas:
01- Poltergeist: Seria um poltergeist, o que se condiz com a crença de que estes aparecem em casas onde habitam crianças na puberdade, como Voirrey.Esta teoria foi refutada pelo investigador húngaro-anglo-americano Nando Fodor, Diretor de Pesquisas para o Instituto Internacional de Pesquisas Psíquicas, dizendo que as caraterísticas de Gef não se encaixavam com as de um poltergeist "comum".Nando Fodor ficou na casa dos Irving por uma semana em que nunca viu, nem escutou Gef; no entanto, entrevistou tanto à família como os vizinhos e se foi do lugar acreditando que a história era verdadeira. Disse que os Irving eram "pessoas sinceras, francas e simples".
02- Uma Farsa: Seria um embuste, perpetrado pela família Irving em busca de notoriedade. No entanto, nunca foram beneficiados com a publicidade.
03- Imaginação de Criança: Seria uma total invenção de Voirrey (A filha dos Irving), quem seria ventríloqua.
Voirrey negou estas últimas duas teorias até a sua morte em 2005. Dizia não saber com exatidão o que era Gef e afirmou que tudo era verdade.
Como a História terminou?
Com o tempo, o caso foi deixando de ser notícia. Em 1945, os Irving vendem sua propriedade após a morte de James Irving por uma bagatela, já que supostamente a propriedade tinha à má reputação de estar assombrada. Deixaram a ilha e ao que parece, sem a companhia de Gef.
O novo proprietário de Cashen's Gap, Leslie Graham, declarou em 1946, que matou Gef a tiros, mas a descrição da criatura morta não batia com a do mangusto de Voirrey e inclusive, teriam lhe mostrado o corpo do animal abatido com pelagem preta e branca e maior que uma doninha, no qual, Voirrey Irving disse que não se tratava do seu "amigo". De acordo com Voirrey, Gef era do tamanho de um pequeno rato com pele amarelada e uma grande cauda espessa.